ATA DA TRIGÉSIMA QUINTA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 01.09.1992.

 


Ao primeiro dia do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e dois reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Trigésima Quinta Sessão Solene da Quarta Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às dezessete horas e trinta e três minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada a homenagear a Semana da Pátria e entregar o Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Sepé Tiaraju Matzenbacher, por proposição dos Vereadores João Dib e Artur Zanella, através do Re­querimento nº 88/92 (Processo nº 883/92) e do Projeto de Resolução nº 20/92 (Processo nº 967/92), respectivamente. A se­guir, o Senhor Presidente convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Vereador Dilamar Machado, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Jornalista Sepé Tiaraju Matzenbacher, Homenageado; Senhor Sérgio Porto, Representante do Governo do Estado do Rio Grande do Sul; Jornalista Luís Carlos Lisboa, Representante da Prefeitura Municipal de Porto Alegre; Senhora Zaida Jarros, Diretora Presidente do Jornal do Comér­cio; Senhor Antonio Carlos Ferreira de Melo, Diretor Presidente da Liga de Defesa Nacional e Senhor João Carlos Wender, Prefeito de Imbé. Como extensão da Mesa: Jornalista Firmino de Sá Cardoso, Representante da Associação Riograndense de Imprensa e Senhor José Américo Silva, Diretor Executivo da Associação Brasileira de Dirigentes de Vendas. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou a todos para ouvirem, de pé, o Hino Nacional. Após, o Senhor Presidente reportou-se acerca do evento e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador João Dib, proponente e em nome da Bancada do PDS, lamentou a ausência dos Vereadores desta Casa às Sessões Solenes e afirmou que a Independência de um país deve ser conquistada e defendida intransigentemente com trabalho, competência, seriedade e amor à Pátria. Destacou que o Homenageado é exemplo disso e desejou-lhe sucesso. O Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PT, falou da feliz coincidência de se homenagear, no mesmo dia, a Semana da Pátria e o Jornalista Sepé Tiaraju, afirmando que tal fato permite refletir sobre a democra­cia e a imprensa. Teceu comentários sobre a vida do Homenagea­do, dizendo tratar-se de pessoa bem-humorada e acessível e de­sejou-lhe que continue a luta pela liberdade de expressão. O Vereador Artur Zanella, proponente e em nome das Bancadas do PDT, PMDB, PTB, PL, PV e PPS, falou dos problemas enfrentados pela Pátria atualmente, afirmando que é necessário destacar as pes­soas trabalhadoras. Disse, ainda, que este Título representa uma grande responsabilidade para o Homenageado, desejando-lhe que continue seu trabalho, fazendo com que as pessoas tenham uma vida melhor. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Ramon Grecco, Secretário de Turismo de Imbé; da Senhora Nilza Godói, Vereadora do Município de Imbé e da Senhora Leila Weber. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a pala­vra à Senhora Zaida Jarros, que ressaltou a justiça desta Homenagem, dizendo que o Título de Cidadão Emérito é merecido e desejando felicidades ao Homenageado. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para assistirem, de pé, a entrega do Di­ploma ao Homenageado pelo Vereador Artur Zanella. Após, o Se­nhor Presidente concedeu a palavra ao Homenageado, que agrade­ceu a Homenagem prestada pela Casa. A seguir, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezoito horas e vinte e três minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Dilamar Machado e secretariados pelo Vereador João Dib, Secretário “ad hoc”. Do que eu, João Dib, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e lº Secretário.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Senhoras e Senhores, tenho a honra de abrir os trabalhos da Sessão Solene desta tarde, destinada a homenagear, simultaneamente, a Semana da Pátria e também para a entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sr. Sepé Tiaraju Matzenbacher. Primeiro Requerimento é de autoria do Ver. João Dib, Líder da Bancada do PDS, nesta Casa, e o segundo Requerimento é de autoria do Ver. Artur Zanella, do PDT. Ambos os Requerimentos aprovados por unanimidade da Câmara Municipal de Porto Alegre e gostaria de anunciar neste momento a composição da nossa Mesa que, infelizmente, não pode acolher a todas as personalidades que nos visitam. A Mesa está composta pelo nosso homenageado, Cidadão Emérito, Jornalista Sepé Tiaraju Matzenbacher; pelo Chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Sérgio Porto, que representa o Governador Collares e o Governo do Estado; pelo Jornalista Luís Carlos Lisboa, que representa o Prefeito Municipal de Porto Alegre nesse ato; pela Ilma. Sra. Diretora-Presidente do Jornal do Comércio, Dra. Zaida Jarros; pelo Dr. Antônio Carlos Ferreira de Melo, Diretor-Presidente da Liga da Defesa Nacional; pelo ilustre Prefeito do Município de Imbé, Dr. João Carlos Wender. Consideramos, com muita honra para todos nós, a extensão da Mesa: companheiro Firmino de Sá Cardoso, representante da Associação Riograndense de Imprensa; e Sr. José Américo Silva, Diretor Executivo da ADVB. Agradecemos a presença de todos e antes de iniciarmos as homenagens propriamente ditas, pediríamos aos presentes para que, de pé, possamos ouvir a execução do Hino Nacional Brasileiro.

 

(Execução do Hino Nacional Brasileiro.)

 

O SR. PRESIDENTE: Senhoras e Senhores, nós vamos dividir a Sessão Solene desta tarde em duas partes distintas, mas que, na realidade acabarão se confundindo. O primeiro momento, por iniciativa do Ver. João Dib, aprovado pela Casa, é para que  o Legislativo de Porto Alegre preste a sua homenagem à Semana da Pátria, exatamente no dia 1º de setembro, primeiro dia da semana dedicada a homenagear a Independência do nosso País. E, no segundo momento, estaremos homenageando o jornalista Sepé Tiaraju Matzenbacher, que, por sua atividade pública e profissional, se confunde com o próprio destino do nosso País. O título de Cidadão Emérito é concedido pela Câmara a pessoas, homens e mulheres, que se destacam na sua atividade, independente da sua condição, e natural ou não do Município de Porto Alegre. E, sem dúvida alguma, o Sepé Tiaraju Matzenbacher, meu amigo de mais de trinta anos, meu colega de atividades radiofônicas e jornalísticas, se destaca em nosso meio como uma figura singular, digna, competente e não é à toa que ocupa lugar de destaque no cenário jornalístico do Rio Grande do Sul. Foi uma lembrança do Ver. Artur Zanella, aprovada pela Casa e que, a mim, particularmente, é muito gratificante presidir uma Sessão para a entrega deste título a uma figura humana da dimensão do Sepé Tiaraju Matzenbacher.

Com relação ao nosso País, ao nosso espírito de patriotismo, a lembrança do Ver. Dib é importante exatamente pelos momentos conturbados que vive a Nação brasileira, por razões que não caberia serem discutidas nem analisadas neste Ato, mas que, dentro de cada um de nós, em nossas consciências, estão muito vivas e presentes. Mais do que nunca, nós políticos entendemos que é necessário, Ver. Dib, manter acesa, dentro da alma de cada um de nós, a esperança de uma Pátria maior, melhor, mais justa e igual para todos. Com a palavra, para saudar a Semana da Pátria, o Ver. João Dib, pelo PDS.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Ver. Dilamar Machado, Dr. Sérgio Porto, Chefe da Casa Civil, representando, neste ato, o Governador do Estado; meu caro Jornalista Luís Carlos Lisboa, representando, neste ato, S.Exª o Prefeito Municipal; minha querida amiga dona Zaida Jaime Jarros, Presidente do Jornal do Comércio, que nos honra com sua presença aqui, recebendo o Sepé Tiaraju uma homenagem que também é ao Jornal do Comércio; meu caro Dr. Antônio Carlos Ferreira de Melo, Diretor-Presidente da Liga da Defesa Nacional; Dr. Gilberto Lessa, Diretor do Jornal do Comércio; meu querido amigo João Carlos Wender, Prefeito de Imbé. Por extensão da Mesa, o Firmino Sá Cardoso, que está presente em todas as nossas solenidades, e eu o saúdo exatamente por isto, também por isto, melhor dito; José Américo Silva, Diretor – Executivo da ADVB, meu querido conterrâneo; meus Senhores e minhas Senhoras e vejam os senhores que deveria dizer Senhores Vereadores, e não disse. A independência nunca é dada ao povo ela deve ser conquistada, e uma vez conquistada ela tem que ser defendida intransigentemente. E a independência se defende com intransigência pelo trabalho de cada um de nós, pela competência de cada um de nós, pela seriedade de cada um de nós, pelo amor que nós temos à nossa Cidade, ao nosso Estado e à nossa Pátria. Hoje, 1º de setembro, mais uma vez na minha vida, que já vai longe, talvez, eu vejo iniciar a semana da Pátria, não como vi no passado, quando o hasteamento da Bandeira era algo de maravilhoso e que cada estudante vibrava, que cada homem sentia-se brasileiro mesmo. Nós relegamos a um plano secundário a Pátria. Nós não cantamos mais o Hino Nacional; quando nós cantamos, cantamos errado, muitas vezes, mas não sentimos a emoção, que tem que ser sentida por quem ama esta Pátria. Recentemente eu comentava um fato e dizia que nós se quiséssemos testar aqueles que devem representar o Brasil fora dele, deveríamos levá-lo e mandar cantar o Hino Nacional, e o médico presente deveria analisar as suas pulsações, o seu batimento cardíaco no momento em que ele dissesse: “mas se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta”, se ele mantivesse a mesma pulsação, o mesmo batimento cardíaco, ele poderia ser eliminado. E, lamentavelmente, Sr. Presidente, meus senhores e minhas senhoras, nós vivemos num País cheio de dificuldades, muitas dificuldades, mas nós parecemos não amar a nossa Pátria. Hoje deveriam aqui estar 33 Vereadores! E não se diga que é um período eleitoral que isso também não me serve de desculpa. No ano passado nós não conseguimos realizar a Sessão porque só veio o Presidente da Liga de Defesa Nacional. E nós não batemos no nosso peito dizendo: este é o nosso Brasil pelo qual nós somos responsáveis. Vejam que está aqui o Ver. Zanella, o Ver. Antonio Hohlfeldt, nosso Presidente, e por isso saudei, especialmente o nosso representante da ARI porque não falta a nenhuma das nossas solenidades, mas hoje inicia a Semana da Pátria! Hoje, todos os 33 Vereadores deveriam aqui estar e não tem nenhuma explicação para que não estejam. E, lamentavelmente, o Brasil que vive um momento extremamente difícil e que só será retirado do caos em que está colocado pelo trabalho sério e responsável, pelo amor de cada um à sua Pátria, quando houver um pouco de desprendimento e se preocuparem com o todo, com o bem comum de todos, quando se preocuparem em dizer: o Brasil é nosso e por ele nós somos responsáveis! A independência que foi conquistada será mantida pelo trabalho, mas parece que não é o que acontece. Isso me entristece profundamente! Eu fico triste de que isso ocorra... Eu gostaria que os 33 Vereadores estivessem aqui cantando o Hino Nacional e sentindo no fundo do seu coração a responsabilidade que têm pela sua Cidade. Sentindo a responsabilidade pela Cidade saberiam que nós, todas as cidades, fazemos em Estado e os Estados fazem um País e aí nós teríamos um grande País. Mas é difícil amar a Pátria sem poder perder alguns minutos para homenageá-la. Eu não entendo forma diferente de amar a Pátria. De repente nós temos que parar, como temos que parar para amar a Deus e rezar para ele, conversar com Ele, dizer à nossa Pátria que nós estamos aqui dispostos a fazer tudo para que nós tenhamos a grande Pátria que todos nós almejamos, que nós queremos para os nossos filhos, para os nossos amigos, para os nossos netos. Mas também está sendo homenageado o Sepé Tiaraju, e o Sepé Tiaraju é o exemplo do que se faz para manter a independência da Pátria, trabalha a sua atividade jornalística e isto ele faz o dia todo, todo dia, e veio lá do Ceará para ser homenageado em Porto Alegre, trabalhando e, pelo trabalho, ele está sendo, hoje, saudado pela Cidade que o acolheu e que ele escolheu para ser sua. É muito bonito, Sepé, trabalhar, trabalhar pelo nosso País. A homenagem que hoje te é prestada significa que acredita, a Câmara Municipal, que fez isto por unanimidade, que tu vais continuar trabalhando mais ainda, talvez escrevendo que os Vereadores devem estar no Plenário no dia da Pátria, talvez escrevendo que os políticos têm que se preocupar, acima de tudo, com a sua Pátria, talvez colocando nos corações brasileiros que a Pátria é o bem maior que nós temos  e tem que ser preservada. Eu te desejo sucesso nessa caminhada, talvez tu consigas fazer com que mais gente ame a nossa Pátria como nós amamos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria de registrar a presença, entre nós, do companheiro Ramon Grecco, Secretário de Turismo do Município de Imbé, que acompanha o Prefeito Wender. A partir deste momento, nós vamos passar à homenagem particular ao nosso homenageado, Cidadão Emérito Sepé Tiaraju Matzenbacher, inicialmente concedendo a palavra ao Ver. Antonio Hohlfeldt que saudará ao Sepé em nome da Bancada do PT.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Prezadíssimo companheiro Vereador Dilamar Machado, Presidente desta Casa; prezado Dr. Sérgio Porto, Chefe da Casa Civil; companheiro Luís Carlos Lisboa, Jornalista, ambos aqui na representação, respectivamente, do Governo do Estado e do Governo do Município; minha querida Dra. Zaida Jarros, meu prezado Dr. Antonio Carlos Ferreira de Melo; prezado Prefeito João Carlos Wender, muito especialmente ao Sepé Tiaraju Matzenbacher. Eu acho que essa coincidência de nós, ao mesmo tempo, marcamos hoje o início da Semana da Pátria nesta Casa, e a homenagem ao Sepé, ela nos permite uma reflexão bastante interessante, numa ótica, talvez, um pouco diversa daquela desenvolvida pelo Ver. João Dib, mas que de uma certa maneira, complementa as colocações aqui feitas anteriormente. Boa parte das nações festejam o seu dia nacional, a sua Semana Nacional, exatamente a partir da perspectiva da Independência. Algumas exceções festejam sobre outras óticas. Eu lembro por exemplo, o Japão que festeja a data nacional a partir do aniversário do Imperador. São pequenas perspectivas, são diferentes perspectivas que falam exatamente da maneira como nós encaramos este conceito, que aparentemente é abstrato, de nacionalidade, da Pátria, e que se concretiza exatamente no cotidiano, na construção de alguma coisa que não é um feito individual, mas que é eminentemente um feito coletivo. Eu gostaria, até porque também, Presidente Dilamar Machado, hoje nós iniciamos a nossa semana de aniversário desta Casa, 123 anos se não me engano, de lembrar que na construção da nacionalidade, nós pelo menos aqui podemos refletir sobre duas instituições fundamentais, uma é da democracia, a democracia que existe através de um Executivo, através de um Judiciário, e sobretudo através de um Legislativo. E esta Casa, apesar de todas as suas contradições ela tem uma história que por certo honra a cidade de Porto Alegre, e esta Casa contribuiu, sem dúvida alguma, em diferentes momentos para uma construção que se vem fazendo ao longo de decênios desta nacionalidade  brasileira, quanto mais não seja porque, como reconheceu Mario de Andrade, o Rio Grande escolheu ser brasileiro e com o Rio Grande evidentemente Porto Alegre. Mas a outra instituição é da imprensa, muito especialmente, e é da possibilidade de se expressar a opinião através dos meios de comunicação. Eu não creio que exista nacionalidade sem esta possibilidade e nessa perspectiva, exatamente, a coincidência feliz de hoje termos a homenagem, ao companheiro Sepé Tiarajú Matzenbacher. Eu não vou tecer aqui grandes discursos sobre o Sepé, cruzo com Sepé há anos, não vou dizer há décadas porque senão nós dois vamos ficar muito velhos, Sepé. Mas eu queria chamar a atenção para uma coincidência, me permitam uma brincadeira com o Sepé, é a partir do seu nome. O Sepé Tiaraju que, evidentemente, refere um herói do Rio Grande, de linhagem daquela população primitiva, nossos índios, especialmente os Guaranis, Sete Povos, e o Matzenbacher, propriamente não esconde a sua linhagem européia, a sua linhagem alemã. E, referiu o Ver. Dib, ainda há pouco, exatamente, suas origens de famílias de outro Estado que não o Rio Grande; chegando aqui ao Rio Grande, aqui desenvolvendo sua vida profissional, pessoal, e acho que aí fazemos uma bela síntese, Sepé, e o porquê da homenagem desta Casa, em nome da população de Porto Alegre. Esta mistura de raças, de perspectivas, de províncias que constitui de modo geral o Brasil, e que constitui também o Rio Grande do Sul; nós que gostamos tantas vezes de falar da perspectiva branca e européia do Rio Grande, às vezes esquecemos que temos presenças imensas, grandes nomes na história desta Província, que não são de gaúchos, mas que construíram aqui, realmente, toda a sua vida particular, familiar, e sobretudo a sua vida de trabalho, a sua vida profissional. E, tu és exatamente um desses. Eu cruzo, hoje, em dia com Sepé Tiaraju, bastante mais, porque integro com muito orgulho, a equipe do Jornal do Comércio. E, nesse tempo de maior convívio com Sepé, aliás, hoje ele está fazendo uma exceção, está sério, porque de um modo geral, quando a gente chega na Redação do Correio do Povo, normalmente ele está sempre de bom humor, tem sempre uma piada para contar, está sempre disponível para ouvir e para dar uma sugestão, encontrar uma saída. Em diferentes situações já conversei com Sepé tantas coisas, do jornal, da política, da Cidade, da área de cultura, e eu nunca ouvi um não do Sepé, é impossível. Ele sempre dá um jeitinho, sempre encontra uma maneira de ter uma saída. E, acho que isso é uma das causas básicas desta homenagem. Não só no trabalho como lembrou bem o Ver. Dib, mas também da disponibilidade para o próximo se faz exatamente os motivos de homenagem. Em nome dos meus companheiros da Bancada do PT, em meu nome particular, acho que em nome de todos nós que integramos este segmento social que tem sido cada vez mais importante, inclusive neste momento difícil do Brasil, que são os Jornalistas, os meios de comunicação. Queria te transmitir o nosso abraço, nosso reconhecimento, sobretudo a expectativa que com esta equipe que a Dona Zaida chefia, a gente continue lutando por isso, não casualmente tantos de nós aqui integramos, o Lisboa, o Dilamar, você, a dona Zaida, eu e o Sérgio, hoje, entra nesse rol também, obrigatoriamente, que é exatamente a possibilidade de nós mantermos a capacidade da opinião, dos espaços da expressão dessa opinião e, nisso, a construção dessa nacionalidade. Um abraço com, realmente, muito carinho. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero registrar a presença, entre nós, da ilustre Verª Nilza Godói, do Município de Imbé, e também a nossa homenagem pessoal à querida Leila Weber, que tem sido permanentemente um profundo elo de ligação  entre esta Casa e o Jornal do Comércio.

Com a palavra o Ver. Artur Zanella, proponente da homenagem, que falará em nome da Bancada do PDT, a qual se integra, e das demais Bancadas, com exceção do PDS e do PT, que já foram representadas pelos Vereadores João Dib e Antonio Hohlfeldt, respectivamente.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente da Casa, Ver. Dilamar Machado; Jornalista Sepé Tiaraju Matzenbacher, nosso homenageado; Sr. representante do Governo do Estado do RS, Chefe da Casa Civil, Dr. Sérgio Porto; representante do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Jornalista Luís Carlos Lisboa; dona Zaida, Presidente do Grupo Jornal do Comércio; Dr. Antonio Carlos Ferreira de Melo, meu grande amigo, Presidente da FEPLAN; Sr. Prefeito de Imbé, Dr. João Carlos Wender; Jorn. Firmino de Sá Cardoso, que representa a ARI; Sr. José Américo Silva; e, até eu leria a representação de Imbé, onde o Sepé é cônsul honorário, embaixador: Presidente da Câmara de Imbé, Ver. Clive Rotunno; Secretário de Turismo de Imbé, Dr. Ramon Grecco; Dr. Fernando Bopp Müller, médico de Imbé; Harry Lopes, Assessor de Imprensa; Paulo Godói, empresário; Prefeito de Imbé, Dr. João Carlos Wender; Nilza Godói, minha colega; Homero Guerreiro; Lessa; Armando; Prof. John; Brenol de Andrade; Leila Weber; demais presentes aqui nesta Casa; meus Senhores e minhas Senhoras.

Eu, inicialmente, faria, e isto é muito difícil, uma retificação ao discurso do Ver. Antônio Hohlfeldt, a Câmara de Porto Alegre não tem 123 tem 223 anos. Isto significa, Senhores, Senhoras, que quando não tinha, ainda, Revolução Francesa, quando os Estados Unidos ainda não eram independentes, a Câmara Municipal de Porto Alegre já representava esta Cidade. Não existia Prefeito, mas existia a Câmara. E isto nos dá um orgulho muito grande e uma responsabilidade muito grande. Porque quando nós, de alguma forma, concedemos o Título a alguém, na verdade estamos representando toda esta bagagem toda esta história.

E vou dizer que vejo críticas dizendo que a Câmara está homenageando, demais, pessoas. Eu sempre digo que não, que a Câmara homenageia sempre, de menos as pessoas. Porque esta Cidade, com um milhão e meio de pessoas, tem centenas, milhares de pessoas que merecem de nós todo o respeito, toda a admiração.

E quando fui procurar a biografia do Sepé, verifiquei que o pai dele, o Sérgio Vargas Matzenbacher, engenheiro da escol, não é Cidadão de Porto Alegre, nem rua tem. E isto a história vai nos cobrar futuramente, não homenagearmos aquelas pessoas que merecem ser homenageadas. E o Sepé se enquadra, perfeitamente, nisto. E ele pensa o Sepé, provavelmente, que eu cruzei com ele há pouco tempo. Ele não se lembra, e talvez nem me conhecesse, que já nos cruzávamos quando jovens, lá na frente do Colégio Americano, onde tinham lá as gêmeas, Maria Tereza e Maria Luiza, filhas do Cônsul do Chile, e o Sepé terminou até casando. O Renato Maciel de Sá Júnior, também, falecido há pouco, circulava por lá. Eu também circulava. Por quê? Porque aquelas moças do Colégio Americano eram jovens bonitas, e nós vivíamos uma época em que tudo era alegria para nós, tudo era festa. O Carlos Heitor de Azevedo que ali está escandalizava a sociedade criando o Criver Rabitt, depois a Baiúca e o nosso maior problema, além de tentar passar de ano, era saber se o bauru do maninho era melhor que o bauru do Trianon. Tínhamos os grupos, o Walau um pouco mais velho já conseguia gastar um pouco mais ali no Centro, ali no Matheus; o Marquinho Rangieli que jogava basquete e se não me engano já vendia móveis de porta em porta, tenho impressão. Então aquilo tudo é uma idade, uma Cidade que já  não existe mais e começa ali então a busca do Sepé, da identidade. Podia ser engenheiro como seu pai foi, casado com uma cearense, com o nome de Iracema. E hoje eu não faria o erro que fez uma vez um candidato a senador que, ao ser lembrado que uma pessoa a quem ele estava elogiando muito era adversário, entendeu mal a observação e disse: e por sinal está de aniversário. O Sepé não é adversário e por sinal está de aniversário hoje, dia 1º de setembro de 1940. (Palmas.) Está de aniversário, não comemorando mas recebendo esta homenagem no dia de hoje, o que foi uma coincidência.

Mas, minhas Senhoras e meus Senhores, no dia de hoje em que a Pátria efetivamente enfrenta os seus problemas, em que todos nós enfrentamos os nossos problemas, em que a angústia bate à nossa porta, e que a tarde está cinzenta, está chuvosa, está feia, nós estamos preocupados com uma série de coisas, como colocou bem o Dib, como colocou o Antonio, nós temos obrigação, também, de dizer coisas alegres, coisas boas, porque o mundo não é só de coisas más, coisas ruins e de coisas tristes, de coisas alegres, coisas boas, porque o mundo não é só de coisas más, de coisas ruins, de coisas tristes. Existe dentro de nós a necessidade de exaltar coisas boas e foi por isso que eu, entre alguns outros homenageados que procurei destacar neste ano, por isto que eu apresentei o Título de Cidadão para o Sepé que nasceu lá em Fortaleza, no Ceará, porque eu queria destacar as pessoas alegres, as pessoas trabalhadoras, as pessoas empreendedoras, as pessoas que têm bom astral, as pessoas que conduzem a nossa Cidade e o nosso povo. É por isso, procurando uma liderança, procurando uma pessoa que representasse bem os jornalistas que eu dei o Título para Sepé Tiaraju Matzenbacher e que foi aceito por todos os meus colegas Vereadores e é por isso que eu digo e digo sempre e repetirei sempre: “Isto aqui não é epitáfio, isto aqui não é para dizer que está tudo certo, isto aqui é para dizer para o Sepé que agora ele tem mais responsabilidade com o nosso povo e com a nossa Cidade. Hoje é um marco para nós e um marco para ele e eu espero e a Cidade espera e a Câmara Municipal espera que ele sempre mais ame essa Cidade e que ele sempre mais prestigie todas aquelas medidas que façam com que o nosso povo tenha uma vida melhor, uma vida mais feliz. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de efetuarmos a efetiva entrega do Diploma de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Sepé, vamos atender a uma determinação da Presidente do Jornal do Comércio, Dona Zaida Jarros, e conceder-lhe a palavra com muita honra. (Palmas.)

 

A SRA. ZAIDA JARROS: É um prazer voltar a esta nossa Câmara Municipal a fim de participar da homenagem que os Vereadores prestam, hoje, ao nosso querido diretor Comercial, jornalista e publicitário Sepé Tiarajú Matzenbacher.

Nascido fora de Porto Alegre, no Nordeste brasileiro, foi aqui em nossa Capital que Sepé Tiarajú cresceu, estudou, escolheu sua profissão.

Casou, teve filhos e realizou-se no campo profissional, onde atingiu o cargo de diretor comercial em empresas de porte, estando trabalhando no Jornal do Comércio desde a década passada.

Associo-me, por obrigação e, principalmente, por prazer e justiça, a esta homenagem que os Vereadores prestam a um importante servidor do nosso jornal.

Creiam os senhores, este título é merecido.

Ao Sepé, os votos de que a honraria o mantenha sempre trabalhando por esta Cidade e a amando, como todos nós. Feliz é aquele que consegue o reconhecimento dos seus contemporâneos. Por isso, sejas feliz, Sepé Tiarajú. Ao Vereador proponente desta homenagem, meu reconhecimento. A todos, pela aprovação, meu obrigada.

Que Deus os Abençoe!

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Neste momento quero convidar a todos presentes, familiares, amigos, colegas do Sepé Tiaraju, para que possamos, de pé, assistir à outorga do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao nosso homenageado, convidando para tanto o autor da proposição o Ver. Artur Zanella.

 

(O Sr. Artur Zanella faz a entrega do Título.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o nosso ilustre homenageado, Jornalista Sepé Tiaraju Matzenbacher.

 

O SR. SEPÉ TIARAJU MATZENBACHER: Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Menciona os demais componentes da Mesa.) Ver. Clive Rotunno, Presidente da Câmara de Vereadores de Imbé; Verª Nilza Godoy, Vereadora do Município de Imbé; Dr. Fernando Müller, Sr. Ramon Greco; senhoras e senhores, demais autoridades presentes. Amigos, meus colegas da imprensa, Ver. Artur Zanella. Viver é armazenar lembranças. Mesmo quando não se quer lembrar, a memória não pode escapar às irreversíveis marcas que lhe foram imprimidas pela vida. Não adianta lutar. Assim, com olhar molhado de distância e pensamento escorrendo saudade, aqui estou todo emoção.

Há uma lei que não se grava no mármore e nem no bronze, mas no coração dos homens: a Lei da Gratidão.

Gratidão pela generosa iniciativa do Vereador Artur Zanella. O homem e o repórter sentem-se plenamente gratificados. O homem por ser extremamente sensível e justo ao reconhecer o gesto de carinho do amigo; o profissional, por entender que não basta saber e crer. É necessário, também, viver aquilo que se sabe e se crê.

Aqui, hoje como ontem, respira-se o ar puro da liberdade. Nossa Câmara Municipal é, inegavelmente, porta-voz da comunidade porto-alegrense. Nossos Vereadores, como políticos modernos, estão atentos às transformações dos homens e do meio ambiente. Assim, se erram no varejo, acertam muito no atacado. E, acima de tudo, nesta Casa está a representação da sensibilidade, da ética, da moral e, também, do amor. Amor, principalmente, nas questões que envolvem interesse e assistência à camada menos amparada da cidade. Daí minha solidariedade, incentivo, crítica e muito respeito aos senhores. Precisamos manter acesa a chama do idealismo que cada Vereador traz dentro de si, independentemente de partidos. Precisamos resgatar junto à opinião pública todo o crédito e imagem forte da classe política – especialmente desta que forma nossa Câmara Municipal. É o apelo que faço.

Quero dividir esta homenagem, sim, com a minha esposa, companheira e amiga de todas as horas; com meus filhos; amigos e colegas do nosso Jornal do Comércio – a minha trincheira, aqui tão bem representada pela sua Diretora – Presidente, Sra. Zaida Jarros, a quem agradeço as palavras a mim proferidas.

Queira Deus que daqui para frente, ao longo dos anos que me faltam, eu me mantenha digno desta honraria de pertencer à galeria dos Cidadãos Eméritos de Porto Alegre. Com todas as forças, eu lhes digo agora, que em meu coração, este momento nunca mais se apagará. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de encerrar a Sessão, gostaria de registrar a presença em Plenário do nobre Ver. Ervino Besson, integrante da Bancada do PDT nesta Casa, até para contabilidade do companheiro Dib. E, até dizer, aos nossos convidados que o companheiro Dib tem uma boa parte de razão, mas também, eu tenho obrigação como Presidente da Casa, de dizer que muitos companheiros tem outro tipo de missão, nestes horários, inclusive, até trabalhos internos, é que nós temos realizado Sessões de homenagens permanentes, que são importantes mas é impossível a todas elas comparecer. Eu dou razão ao nosso companheiro Dib no que diz respeito à defesa do amor à nossa Pátria, está faltando mesmo para muita gente, inclusive, para o Presidente, não da Câmara, da República.

Agradeço a presença de todos.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h23min.)

 

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